GABRIELA
Gabriela, mãe solteira, era só
mais uma na sociedade onde, depois de engravidarem, as mulheres são
simplesmente abandonadas por seus “maridos”. Infelizmente ela era também só
mais uma das que não tinha condição de criar uma criança. Nessa história, o
fruto de toda essa bárbara situação foi uma linda menina que tinha como nome
Luana.
Isto é triste. Luana nunca vai
poder dizer que foi feliz no dia das mães, porque ela não tinha uma mãe. Aos 3
anos de idade foi deixada na porta de uma senhora no meio da favela. Agora, com
11 anos, a única coisa que sabe de sua figura materna é que, depois de tê-la
abandonado, cometeu suicídio ali mesmo, no mesmo local onde Luana havia sido
trazida ao mundo. Fora toda essa tragédia, ela era uma menina feliz, até que
toda essa felicidade acabou, simplesmente acabou. A senhora com quem ela havia
sido deixada acabara de falecer. Como uma menina de 13 anos iria sobreviver
sozinha no meio de uma favela em que a ganância e a violência falam mais alto?
Uma manhã ensolarada, dia 23 de
agosto, um homem bonito e arrumado, mais conhecido como “Oportunidades”, bate
em sua porta. Ele diz para a menina e sua “tia”, que estavam vivendo em
situações precárias, que tem a solução para todos os problemas. Essa solução
estava bem a sua frente, uma solução pequena, de apenas cinco letras, que
também podemos chamar de Luana.
O homem elogia a menina de uma
forma tão grandiosa que, naqueles poucos minutos, ela se sente a melhor pessoa
do universo, esquece de todos os seus problemas. Ah! E é claro que elas aceitam
a maravilhosa proposta feita a elas! Aliás, a menina iria passar somente um mês
fora de casa e conseguiria grana o suficiente para pagar todas as dívidas delas.
Pena que esse mês virou anos, sendo mais preciso, cinco anos. A linda jovem e
inocente menina já não é tão linda assim, não é tão mais inocente assim. Aliás,
aquela linda oportunidade resultou em cinco anos de abusos e prostituição. Até
que tudo isso acabou, a Luana, a pequena menina engravidou, outra linda e
inocente menina ela gerou, e depois se matou. Mais um Gabriela mãe solteira a
violência formou, e esse mundo, sem ver ou entender, simplesmente chorou.
Lorena
Ximenes (9B)
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