Resenha crítica - 9B: Rafaela Wanderley

Monótono ou intenso?

O filme "O quarto de Jack", lançado em 2016 (Brasil), trabalha na linha do psicológico. Foi inspirado em um livro de mesmo nome, que, por sua vez, foi inspirado em uma história real. O diretor é Lenny Abrahamson e o elenco consiste em ótimos atores, tais como Brie Larson, que interpreta a mãe e, inclusive, ganhou o Oscar de melhor atriz, Jacob Tremblay (Jack), Sean Bridgers (Velho Nick) e Jom Allen (avó).
O enredo se baseia na história de um menino de cinco anos chamado Jack que vive em um pequeno quarto com sua mãe. O longa se passa na perspectiva da criança, sendo uma visão infantil e inocente. Ao desenrolar do filme, descobrimos o motivo pelo qual os dois estão presos ali e vemos uma figura masculina entrar periodicamente no quarto, o velho Nick. Esse homem, depois, é identificado como o agressor e sequestrador da mãe e quem sustenta o cativeiro.
Embora alguns críticos considerem o final monótono, eu discordo. Acredito que, como o tema abordado já é, por si só, muito intenso, a direção fez certo em transformá-lo em uma narrativa mais calma.
Além disso, a partir do momento em que os dois saem do quarto, o intuito da película é justamente mostrar a reinserção deles na sociedade, querendo trabalhar o interior, o psicológico. O clímax do filme já teria passado durante a fuga de Jack.
A trilha sonora do filme, em geral, combinou com as cenas, estimulando nossos sentimentos. Devido ao repertório escolhido, o que sentimos era amplificado, por exemplo, em momentos de tensão, ficávamos mais tensos ainda. A fotografia e o figurino nos ajudaram a nos situar dentro do filme e entender mais pelo que o personagens estariam passando. Por exemplo, o cenário bem escuro e as roupas velhas indicavam características de cativeiro no início da trama.
A atuação de todo elenco foi fantástica, mas é necessário ressaltar a de Jacob Tremblay (Jack) que, mesmo sendo muito novo, conseguiu passar sentimentos genuínos em um papel bem difícil. Não é a toa que foi escalado para interpretar o personagem principal do filme "Extraordinário" (conta a história de um garoto com uma deformidade facial que se vê obrigado a ir para escola pela primeira vez).
Logo, acredito que o filme vale muito a pena ser assistido por ser tocante, emocionante, envolvente e psicologicamente intenso.

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