Resenha crítica - 9B: Laryssa de Souza

O ímpeto da descoberta

Estreado em 2015 e tendo como direção Lenny Abrahamson, "O quarto de Jack" conta a história de um crime mundialmente conhecido do ponto de vista de vista de uma inocente criança, infelizmente, fruto desse crime, Jack. Baseado em fatos verídicos, o filme conta com a ilustre presença de atores renomados, como Brie Larson e William Macy, que mergulharam de cabeça em seus devidos personagens, buscando dar mais realidade aos fatos e aumentar a proximidade com o telespectador através de seus diálogos e monólogos psicológicos.
Grande parte do cenário se passa em um quarto pequeno onde uma mãe e um filho moravam. E o que mais impressiona logo de primeira é o estranho fato deles nunca saírem e sequer terem acesso a uma janela. Jack possuía cinco anos e, por não ter contato com ninguém além da mãe, estabeleceu uma forte ligação com o local, o qual abrigava móveis e objetos com que o garoto "interagia".
Em dados momentos, mais especificamente quando uma frase de influência ou revelação era feita, músicas instrumentais capazes de abalar emocionalmente até mesmo uma pessoa estável tocaram e contrastaram com a aparência monótona e decadente do quarto, que, além de apertado, era escuro. Devido às condições em que viviam, a vestimenta dos personagens não passava de algo simples. Com o diretor tendo combinado de forma proposital os aspectos citados e as expressões e reações de cada participante do elenco, ele trouxe uma proximidade dos espectadores em relação ao enredo, que, mesmo não sendo de todo real, está inegavelmente próximo à nossa realidade cotidiana.
Indubitavelmente o momento de maior impacto é quando Joy e Jack encontram "de volta" o mundo real, que, para o garoto, só existia na televisão. A maneira como reagiram foi diferente, já que a mãe pegou ódio ao mundo e suas barbaridades assim como pegou ódio principalmente à sua antiga ingenuidade. Enquanto isso, o menino v-se em um ambiente estranho que precisa ser descoberto aos poucos, pois agora ele era "grande" e entenderia.
Embora muitas críticas pelo filme não trazer algo de novo em certos momentos, assim como nos caminhos da vida, os fatos e confissões vão se desabrochando em seu tempo, tempo este que pouco nos era perceptível , pois era psicológico, fazendo com quem o assiste foque mais nas tragédias que nele mesmo.
Logo, pode-se dizer que duas horas foram muito pouco para se compreender a história, apesar de que, em momento algum, ela se dispersou. Por assim dizer, "O quarto de Jack" nos deixa de frente com o significado da palavra descoberta, que, em todos seus sentidos, não se deve ousar questioná-la.

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