Redação extra: racismo - para 9º ano do EF
Leia os textos a seguir.
Texto 1
Modesto Brocos, 1895
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Reden%C3%A7%C3%A3o_de_Cam. Acesso em 04 nov. 2018.
Texto 2
NEGRINHA
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de
cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos
escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a
patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do
mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no
céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali
bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma
virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e
da moral”, dizia o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva. Viúva
sem filhos, não a calejara o choro da carne de sua carne, e por isso não suportava o
choro da carne alheia. Assim, mal vagia, longe, na cozinha, a triste criança, gritava logo
nervosa:
— Quem é a peste que está chorando aí?
Quem havia de ser? A pia de lavar pratos? O pilão? O forno? A mãe da criminosa
abafava a boquinha da filha e afastava-se com ela para os fundos do quintal, torcendolhe
em caminho beliscões de desespero.
— Cale a boca, diabo!
No entanto, aquele choro nunca vinha sem razão. Fome quase sempre, ou frio,
desses que entanguem pés e mãos e fazem-nos doer...
Assim cresceu Negrinha — magra, atrofiada, com os olhos eternamente assustados. Órfã
aos quatro anos, por ali ficou feito gato sem dono, levada a pontapés. Não compreendia
a ideia dos grandes. Batiam-lhe sempre, por ação ou omissão. A mesma coisa, o mesmo
ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos. Aprendeu a andar, mas quase
não andava. Com pretextos de que às soltas reinaria no quintal, estragando as plantas, a
boa senhora punha-a na sala, ao pé de si, num desvão da porta. [...]
Monteiro Lobato
Disponível em https://metavest.com.br/livros/negrinha-Monteiro-Lobato.pdf. Acesso 04 nov. 2018.
Texto 3
Disponível em https://sortimento.wordpress.com/2014/07/22/tirinhas-armandinho-e-o-preconceito/. Acesso 04 nov. 2018.
Com base nos textos motivadores e em seu conhecimento sobre o assunto, escreva um TEXTO
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO sobre o tema RACISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA. Nele, você obrigatoriamente deve fazer uma referência a obra "A Redenção de Cam", estudada nas aulas de artes.
Para fazer esta redação, atente para a estrutura proposta:
·
Introdução:
apresentação do tema e tese.
· Desenvolvimento:
apresentação de três argumentos, cada um desenvolvido em um parágrafo
diferente.
·
Conclusão:
retomada da tese e síntese dos argumentos apresentados.
Lembre-se de que o texto deve ter entre 25 e 30
linhas, estar estruturado em parágrafos e apresentar um título criativo. Além
disso, não se esqueça de que
·
não
serão aceitos textos escritos à lápis;
·
não
haverá reescritura;
·
receberá
nota zero a redação que:
a) for caracterizada como plágio;
b)
apresentar
fuga ao tema e/ou ao tipo textual solicitado.
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